Saímos relativamente cedo Depois para
almoçar. Fomos ao Restaurante Marinata, no Stiep. Eu e Joana tomamos água de
coco e Thiago tomou Brahma. Comemos como entrada Pane d’aglio (Pão de alo).
Como prato principal Alia Cebolat (Fillet mignon grelhado ao molho acebolado),
com arroz de brócolis e purê de batatas, como acompanhameto. Depois voltamos
para casa. Thiago encomendou uma pizza e à noite nós a comemos.
Abaixo vou transcrever um capítulo do livro “ A
maior história de todos os tempos: a
própria vida”
O MUNDO...
Escrita,
inicialmente, aos 15 anos de idade,
Desenvolvida em 1955.
Concluída em 1976.
Ficava por trás das portas envolta numa auréola
impenetrável. De resmungos e reclamações de minha mãe ficavam aquém daquele
mundo. As guerras de que tanto falavam também ficavam muito além de minha
imaginação.
-
Menina, onde você está?Já está atrás das portas? Que menina enjoada, não gosta
de nada...
E ela, a minha mãe, continuava arengando, falando,
contando para todos os meus estranhos hábitos. E eu me perdia em meus
pensamentos. Era muito pequena e frágil para sair de minha concha. O mundo só
me chegava pelo “ouvir dizer” das pessoas. E não eram muitas pessoas. Rádio,
televisão, discos, telefone... nunca ouvira falar nessas coisas. Avião, sim. Eu
até queria “plantar” um! Pensava que nascesse de sementinhas, como tudo na
minha casa. Até os filhotes da gambazinha vinham de sementinhas plantadas lá no
fundo de sua “barriga”. O meu mundo era pequeno demais. Estava restrito ao
quintal, às minhas árvores, à terra vermelha, à minha casa.
– Fui criança pobre de pós-guerra. Lá na minha
cidade, que eu não conhecia, o meu mundo era observar as formiguinhas entrando
e saindo, carregando e despejando. Tão bonitinhas... Nem revistas eu tinha
para, pelo menos, ver as figuras. Às vezes papai comprava “O Cruzeiro”.
Detrás das portas onde eu inventava histórias de
soldados, de aviões, de filhos, de irmãos, de pais, mães, avós, plantas,
cavalos e formigas, ampliei os meus horizontes. Criei com garrafas, gravetos,
pedras e tábuas e a mangueira de manga-espada, um mundo novo de histórias. Tão
perdida e comprometida ficava que começava a falar alto. Tinha o Dr. Guido, uma
garrafa verde, comprida. Tinha os bichos... que eram as pedras. Tinha, também o
Fred. Alguns gravetos se transformavam em cavalos e os menores em cachorrinhos.
Até folhas se transformavam num mundo colorido até que os aviões “nascessem” e
começassem a fazer aquele barulhão engraçado.
Debaixo da mangueira eu não “criava” porquinhos
porque isto me entristecia. Até hoje ainda dói lá dentro de mim os gritos
(berros) dos porcos, da facada que papai dava neles. No meu mundo eu cultivava
margaridas tão bonitas como ninguém nunca viu. As rosas eram todas iguais às de
Nossa Senhora. Aquela do manto azul. Eu não podia ter flores no meu quintal.
Papai não gostava. Arrancava todas que eu plantava. Eu chorava. É por isso que
no meu mundo, elas perdiam de vista. Iam até o céu, até por detrás do rio, até
muito longe. Naquelas lonjuras que ninguém chega. Além do limite.
Haviam lírios imaculados. Amarelos, brancos e azuis.
Um dia, papai vendeu o Dr. Guido e o Fred (eram
garrafas) e todos os outros “seres” (outras garrafas) do meu mundo. Assim ele
ficou destruído. Mas eu ficava debaixo da mangueira, inventando outras
histórias com os gravetos. Para mim, os gravetos eram seres vivos. Eu não tinha
irmãos àquela época (Aliás, tinha um). E meu único irmão (vieram outros depois)
brincava com as histórias, estórias. Eu falava sozinha. Deveria ter três para
quatro anos. Ele só me ajudou a “plantar” os aviões. Eles eram muito bonitos lá
no céu. Os pássaros por certo tinham muito medo de que os aviões “nascessem”. E
eles ficavam nos vigiando...
– Fiz sete anos e fui para a escola no Sindicato dos
Operários. Meu mundo ampliou-se. E o Álvaro, o menino da Cartilha da Infância,
foi o meu novo herói dos outros mundos que fui criando pelo mundo afora.
Aprendi a ler muito depressa. Eu e meu irmão devorávamos tudo que se punha a nossa
frente. Quando nos sentíamos sozinhos, bisbilhotávamos por todas as gavetas,
por todos os lados. Líamos coisas proibidas, alegres ou tristes. Mas proibidas.
O Sesinho. O Tesouro da Juventude. Livros. Revistas e jornais. Certa vez o meu
irmão levou uma surra muito grande porque chegara tarde a casa. Estava no
Jardim (a única praça da cidade) lendo restos de um jornal que achara no chão.
E do meio do mato, do meio do interior, fomos buscar
horizontes mais amplos. E não paramos de ler. E aprendemos a conhecer outros
idiomas. Aprendemos latim para aprender português. Meu irmão recitava inteiras
as Catilinas de Cícero, em latim. Ele aprendeu grego clássico. Eu não aprendi.
Mas lia em francês. Pelas leituras o meu mundo por detrás das portas passou
para o Coliseu de Paris, o Louvre, os Campos Elíseos, o Palácio de Versailles,
o Arco do Triunfo e a Torre Eiffel. Comecei a me corresponder com uma garota
francesa. Pelas leituras amei Brasília e ganhei um prêmio quando escrevi dez
páginas sobre uma cidade que nunca vira, mas sentira com os olhos, com os
conhecimentos, com as leituras. E foi lendo e aprendendo que as oportunidades
foram chegando.
De feirante e agricultora humilde me vi, um dia,
homenageada como a primeira jornalista feminina de meu Estado. Andei de avião.
Fui receber as homenagens em outra cidade, Corumbá, foi emocionante e tão
diferente do que sempre tivera imaginado nos meus dias de menina pura e
ingênua.
Foi uma beleza diferente.
Meu irmão aprendeu inglês e alemão. Foi morar em
Frankfurt na Alemanha. Conheceu a Europa inteira. Recebeu um banho de tradição
e cultura milenares. Se não fosse a instrução, os meus pais, a primeira
cartilha, não teríamos galgado os postos que hoje assumimos.
Estamos em 1973.
O ensino de 30 anos atrás era diferente. Mas a
criança um dia tem que aprender. E tenha a idade que tivermos, tornamo-nos
crianças no dia em que fazemos a primeira letra. O meu aeiou era tão grande... O meu “a”
era tão forte, grande e desajeitado que hoje, quando vejo alguém fazendo uma
letra com dificuldade, aprendendo... acho lindo, forte, bom e emocionante. É o
primeiro passo. Depois, por certo, seguirão outros.
O meu mundo cresceu tanto, além da minha imaginação.
Naquele mundo de pós-guerra (década de 50) nos confins do fim do mundo, não
conheci boneca. Só 13 anos. Minha avó
paterna e uma das minhas tias faziam “bruxas” e “calungas” de trapo. Eu
exultava de alegria. Para meu irmão ela fazia carrinhos e carruagens com
carretéis e latas velhas. Ríamos, gritávamos e participávamos da criação de bens
materiais para o nosso mundo de fantasia. A avó materna arrumava a mesa, com
pratos e talheres. Coisa que nunca havia visto em nenhum outro lugar antes de
completar 17 anos. Achava aquilo um sonho, um conto de fadas porque, para o meu
mundo, qualquer coisa era bonito. Quem viu papai passar a carroça sobre o meu
gatinho amarelo, só porque não gostava dele, um pé de alface brotando, era uma
alegria de viver. Quem viu a surra que papai deu no Bichano Malhado só porque
ele comeu um passarinho, qualquer gesto de bondade tem a chama de um grande
amor. Bichano Malhado ficou quase aleijado. Aquilo, Bichano Malhado não podia
entender. Nem eu. Gato nasceu para caçar (nos anos 40/50 era assim). Era
instinto. Quem viu Tesouro, aquele cavalo de corrida, levar um mês de pancadas
e morrer quebrado assim, à míngua, qualquer gesto de carinho, qualquer nada de
amor, é tudo. O maior ato de amor que papai nos legou: foi a oportunidade de
estudar, de aprender a ler. Teve outro gesto de amor, quando pediu para ficar
com a Índia que eu havia pintado porque eu iria partir. Aquele quadro foi um
pouco de mim. E só foi possível porque ganhei cultura diferente daquela que eu
estava fadada a me criar. Uma voz de dentro de mim parece falar:
– Menina, se
você não tivesse aprendido nos livros, por certo você estaria lá, tão pobre e
ignorante, de pés no chão, apanhando e batendo, esbravejando e enrijecendo,
adoecendo e morrendo.
Não tenho aquele quintal, mas tenho o mundo todo.
Minhas duas avós já não mais existem. Mas para o meu filho, eu não posso fazer
aqueles carrinhos tão bonitinhos de carretéis, latas e palitos. Porém, compro
sofisticados carros elétricos, à pilha e à corda, postos de gasolina, bonecos
como Adam. E compro livros mais bonitos que os meus e conto as histórias do
Vovô Felício, aquele da Revista Sesinho.
O mundo... muitos mundos que podemos criar,
cultivar, modificar. Se isso não fizermos para que serviu nossa passagem por
aqui? O primeiro passo é ter amor. E o primeiro ato concreto é ler para abrir
horizontes. Deixar entrar um pouco da dor do mundo, para a gente poder
amenizá-la. Isto é a vida. O mundo...
A frase do dia: “A empresa é como uma microcomunidade onde as
pessoas encontram espaço para fazer o que desejam. Nesse contexto, gerir
empresas se assemelha às experiências como amor, amizade e fé religiosa”
(FONSECA,
Eduardo Giannetti da apud Você S.A, de julho de 2004. Pág. 52).
Este espaço que as pessos encontram e
para faxer o que desejam dentro de cedrtos limites. Dizem, até, que uma empresa
é um lar; outros,que é uma esposa. Geri-la tem que ser com uma dose de amor com
forte pulso para que não desmorone. Há que haver amizade entre os seus
componentes, senão fica inviável o convívio e que que hevar muita fé para
levá-la a bom termo. Toda microcomunidade tem que ter respeito recíproco.
15
de setembro de 1821, a Guatemala, a Cosa Rica, a Nicarágua, El Salvador e
Honduras declararam a independência da Espanha. Em 15 de setembro de 1928, o
cientista Alexandre Fleming anunciou
a descoberta da penicilina. Em 15 de setembro de 1765, nasceu o poeta português
Bocage. Em 15 de setembro de 1938,
nasceu a escritora brasileira Lya Luft. Em 15
de setembro de 1995, morreu o humorista Lírio Mário da Costa, o Costinha. Em 15 de setembro de 2004,
morreu o guitarrista Johnny Ramone. Hoje
é comemorado o Dia do Idoso Japonês e Início do Yom Kippur.
Uma boa notícia que deu no jornal A Tarde, de 15 de setembro de 2013, domingo: “Saúde
– Mutirão gratuito fará testes para diagnosticar mal de Alzheimer”. Atendimento
gratuito será realizado por profissionais no próximo dia 20.
Uma notícia ruim que deu no jornal A Tarde, de 15 de setembro de 2013, domingo: “Ciência
& Vida – Grandes questões científicas ainda aguardam por respostas”. Questões
que a ciência aind não respondeu: Qual a composição do universo? O que é a
consciência? O que fez a vida começar? De que são feitos os sonhos? Há outros
universos? E muito mais...
Li no Jornal A
Tarde, de 15 de setembro de 2013, domingo, que trouxe a seguinte manchete: “Notáveis escolhem o maior baiano de todos
os tempos”. Em mais de 500 anos de história, a Bahia produziu nomes que ajudaram
a definir o Brasil em áreas divrdas como política, educação, cultura,
religiosidadade. Mas Ruy Barbosa é o maior baiano de todos os tempos é o
político e jurista Ruy Barbosa.
Fiz palavras cruzadas e sudoku.
Li a
Revista Muito, datada de 15 de setembro
de 2013, domingo que trouxe como matéria de capa: “Clube da Luta”. Terra de origem de lendas vivas do MMA, a Bahia é
um celeiro de lutadores da categoria.
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