Almoçamos em casa mesmo no dia 24 de
dezembro. À noite, fomos à casa da Ajurimar, sogra da Joana, passar o Natal.
Ela fez um lindo presépio. Muito católica, deu preferência ao menino Jesus. Ao
final das contas, a festa homenageia o nascimento do Menino Jesus e não ao
Papai Noel que incentiva o consumismo. Houveram três atividades: a Teia da
Amizade, Leitura da Bíblia e o Amigo Oculto Ladrão. Ajurimar sugeriu que
ficássemos em pé, em círculo. Éramos 14 pessoas. Ela tomou de uma bola de
cordão. Em seguida, prendeu a ponta do cordão em um dos dedos de sua mão. Após
algumas palavras, jogou a bola para uma das pessoas à sua frente. Esta pessoa
apanhou a bola e, após enrolar o cordão em um dos dedos, jogou a bola para a
pessoa da frente e assim sucessivamente...
Ao final ela falou da união das pessoas, do espírito do Natal. Após esta brincadeira ela leu um versículo da
Bíblia e o comentou. Vários dos presentes fizeram, também, seus comentários. E,
por último, foi a vez do Amigo Oculto Ladrão. A pessoa sorteada escolhe um
presente e o abre. A segunda pessoa sorteada ou escolhe um presente do monte
ou o “rouba” do primeiro sorteado e assim por diante... Por fim foi servida a
ceia e, por último, a sobremesa. Fomos embora, todos felizes.
Abaixo vou transcrever mais um
capítulo do livro: “A maior
história de todos os tempos: a própria vida”. Leiam a crônica Natal de 1976:
:
NATAL
DE 1976
Foi um Natal da ansiedade e da esperança. Ansiedade que esse dia
chegasse logo. Quando chegou o dia, a hora não acontecia. Esperança que ele
fosse um dos melhores natais da minha vida. Não aconteceu nada disso. O Natal
nunca chegou. A hora se foi e o meu Natal virou pó. Havia tudo para ser um
Natal lindo, de confraternização, de amor, a dois. Somente eu e Jean-Paul, o
meu namorado.
Minha irmã Vera
havia viajado. Acho que mamãe ficou na casa dela em São Conrado. Não me lembro
direito: ou foi passar o Natal na casa de algum filho. Planejei tudo. Ele não
veio, só telefonava: daqui a pouco eu chego. E não chegava. O que teria
acontecido?
Ele era um suíço lindo, parecia um Apolo
grego. Sempre achei que eu não o merecia. Por que? Porque ele era lindo demais.
Como diz o velho ditado “beleza não põe mesa”. Parecia não ter defeitos. Tão
gentil, tão educado. Ele carregava meu filho no colo. Subíamos a Rua Figueiredo
Magalhães com ele carregando meu filho.
Não tinha defeitos com o trato para
comigo, mas eu descobri que naquela noite de Natal ela estava fazendo um
negócio muito importante. Que valia muito dinheiro. Ele nunca era claro comigo
quanto ao seu trabalho. Ele dizia tratar-se de negócio internacional. Por isso
ele viajava tanto para a Suíça. Descobri que ele trabalhava para o tráfico internacional
de drogas!
A
frase do dia: “O Natal! A própria
palavra enche nossos corações de alegria. Não importa quanto temamos as
pressas, as listas de presentes natalinos e as felicitações que nos fiquem por
fazer. Quando chegue no dia de Natal, vem-nos o mesmo calor que sentíamos
quando éramos meninos, o mesmo calor que envolve nosso coração e nosso lar” (BROWN, Joan Winmill, atriz e
escritora apud Jornal A Tarde, de 24
de dezembro de 2013. Caderno 2. Pág. 2).
24 de dezembro de 1734, publicadas as Cartas
Filosóficas de Voltaire. Em 24 de dezembro de 1868, Guerra do Paraguai: os três novos comandantes
da Tríplice Aliança (o brasileiro Caxias, o argentino Gelly
y Obes e o uruguaio Enrique Castro) enviaram uma
intimação ao paraguaio Solano López para que se rendesse. Em 24 de dezembro de 1922, nasceu a atriz
americana Ava Gardner. Em 24 de dezembro de 1941, nasceu a escritora brasileira Ana Maria Machado. Em 24 de dezembro de 1524, morreu o navegador português Vasco da Gama. Em 24 de dezembro de 1999, morreu o militar e 30º. Presidente do Brasil
João Figueiredo. Hoje é o Dia do Órfão no Brasil e véspera de Natal –
dia em que celebra-se a Noite de Natal.
Quem foi Ana Maria Machado? Ana
Maria Machado nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de dezembro de 1941. É jornalista,
professora, pintora e escritora brasileira.
Formada em Letras
pela Universidade do Brasil, Ana Maria
Machado lecionou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Como jornalista, trabalhou
por mais de dez anos na Rádio Jornal do Brasil. Foi uma das fundadoras, em
1980, da primeira livraria infantil no Brasil, a Malasartes (no Rio de
Janeiro), que existe até hoje. Nessa década ela publicou mais de quarenta
livros, e em 1981 recebeu o Prêmio Casa
de Las Américas com o livro De Olho
nas Penas. O reconhecimento mundial das obras de Ana Maria Machado aconteceu em 2000, quando recebeu o Prêmio Hans Christian Andersen, o mais
importante prêmio de literatura infantil. No mesmo ano foi agraciada com a Ordem
do Mérito Cultural. Foi ganhadora do Prêmio
Jabuti de Literatura em 1978.
Uma boa notícia
que deu no Jornal A Tarde, de 24 de
dezembro de 2413, 6a. feira: “Handebol – Depois do título, mais verba
para o esporte”. Legitimado por título mundial, governo federal investirá
R$ 2 milhões. Handebol vai ganhar centro de excelência em Blumenau.
Uma
notícia ruim que deu no Jornal A Tarde, de 24 de
dezembro de 2413, 6a. feira: “Região Sudeste – Chuvas causam 14 mortes e
desabrigam 46 mil pessoas”. Duas crianças, um adulto e uma idosa morreram
por causa das chuvas em Minas Gerais. Desde o coeço do mês, 12 pessoas perderam
a vida. No Espírito Santo, foram registradas seis mortes e 46 mil desabrigados este
mês.
Li no Jornal A Tarde, de 24 de dezembro de 2413, 6a. feira,
que trouxe a seguinte manchete: “Advertência
– Protesto contra a Justiça faz rodoviários pararem ônibus”. Sindicato
ameaça paralisar coletivos interestaduais se o motorista Jocival Pinto não for
solto em 72 horas.
Até amanhã meus fiéis seguidores!
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