quinta-feira, 14 de agosto de 2014

14 de agosto de 2014 (5ª. feira)

            Hoje está um vento que parece cortar a nossa pele, transpassar o nosso corpo e parecia que iria nos levar para bem longe. Fui à Academia e ao Pilates. Também fui dar aula. Amanhã espero viajar para o Rio.
     
           Abaixo, o décimo-quarto capítulo do romance Denise. O primeiro capítulo foi publicado no dia 15 de maio, o segundo em 22 de maio, o terceiro capítulo em 29 de maio, o quarto, no dia 05 de junho. O quinto, em 12 de junho, o sexto, em 19 de junho, o sétimo, em 26 de junho, o oitavo em 3 de julho, o nono, no dia 10 de julho, o décimo, no dia 17 de julho, o décimo-primeiro, no dia 24 de julho; o décimo-segundo, no dia 31 de julho; o décimo-terceiro, no dia 07 de agosto, o décimo-quarto, hoje, e o décimo-quinto capítulo do romance será publicado no dia 21 de agosto:


DENISE (continuação)

XIV

         Sérgio estava muito abatido, de olheiras profundas, mais magro, triste, sorriso fraco, “amarelado” ... Nem parecia que a festa era dedicada a ele. Encontrava-se desanimado não só pela prisão, mas pela morte de Denise. Ela lhe fazia muita falta. Era uma saudade sem fim, ainda mais como foi sua morte: assassinada cruelmente. Foi perdida uma chama de esperança, que ela trazia. Ele pretendia realmente se casar com ela, apesar da pouca idade de ambos. Ele com 20 anos e ela com 16. Duas crianças que se amavam, que tinham projetos, esperanças, sonhos, mas tudo se interrompera com o seu trágico fim.

         Na festa feita para ele havia um quê de mistério, de conversas à boca pequena. Havia um zum zum na sala, nos quartos, na área externa e até na cozinha. No ar pairava algo estranho, mas ele heroicamente suportava tudo apesar do cansaço. Ele só queria ficar quieto no seu canto. Por sua mente estava ziguezagueando os tristes momentos em que passara na cadeia “preso para averiguações”. Ele jamais imaginaria que as prisões seriam aqueles pardieiros imundos, inabitáveis, isolados, um inferno. Ele, antes de ser preso imaginava um inferninho, mas não tanto! A comida... que horror!

         Sua mãe não cabia de contentamento, a sua irmã linda, fagueira, ia de um lado ao outro, servindo os convidados. Seu pai se sentia aliviado com a soltura de seu filho. Sua avó, meio sem entender o que estava acontecendo, ficava sentadinha, em uma cadeira de balanço, tentando juntar os pedaços de conversa, as ironias de alguns, os falsos e verdadeiros sorrisos, daqueles que acreditavam ou não na inocência de Sérgio. Havia gente de todo tipo. E Sérgio não é bobo. Ele percebia – ou por osmose, ou por percepção –, o que estava acontecendo, no olhar de cada um.

             Ele estava mais magro – em apenas 12/13 dias – não só pelas más condições do local, do acúmulo de pessoas, mas da alimentação: precária! A comida era uma gororoba, um grude, semicozida, feita com vários elementos diferentes misturados, resultando numa massa disforme e esquisita. Pareciam sobras de comida, feita rapidamente, sem preparação. Uma mistureba. O arroz era pegajoso, viscoso. Não dava nem vontade de comer. O frango estava esbranquiçado, totalmente sem gosto, não bem cozido, sem tempero sem sal. O feijão era menos ruim, porém dava uma flatulência horrível. Só a farinha se salvava.
            
   Ao passo que na festa, além da cervejinha, rolava refrigerante, suco e água. Para degustação tinham umas azeitonas, biscoito com atum, coxinhas de galinha, rissoles, quibe, canapés e outros salgados. Guloseimas mis. Sua mãe e sua irmã fizeram tudo com muito carinho, portanto, muito gostoso. Era mesmo um momento de alegria para eles todos. Viram seu filho e irmão ser inocentado, as eventuais dúvidas foram dissipadas. ELE NÃO ERA ASSASSINO. Aquele corpo magrinho, fino, estava redimido. Pobre rapaz! Tão jovem e passando por tudo isso...

             Na verdade, ele se sentia desconfortável com o carinho da maioria dos convidados. Quando ele deveria estar contente ele não se sente à vontade. Ele só quer descansar. Fica agradecido com a festa, mas ainda está assustado, atônito, acuado com que ele passou naquelas quase duas semanas. Duas semanas que pareciam uma eternidade. Havia apenas um resto de esperança. Mas naquele local sem visitas, com inúmeros presos atulhados, um segundo representava horas e cada hora representava semanas de angústia, medo, tristeza...

***

Fiz palavras cruzadas e sudoku.


frase do dia: “A justiça divina pesa em balanças diferentes os pecados dos homens dissimulados e os dos sinceros” (ALIGHIRI, Dante, escritor italiano apud Jornal A Tarde, Caderno 2, de 14-08-14. Pág. 2).
 

     Em 14 de agosto de 1971, independência do Bahrein.
 

 Em 14 de agosto de 1991, o papa João Paulo II elevou de Alto Solimões à dignidade de diocese.


      Em 14 de agosto de 1876, nasceu a cantora brasileira Eliana Pittman. 
 

      Em 14 de agosto de 1953, nasceu a atriz brasileira Zaira Zambelli. 
 

      Em 14 de agosto de 1978, morreu o empresário italiano, fundador da Ferrari Enzo Ferrari. 
 

     Em 14 de agosto de 2007, morreu o locutor esportivo pernambucano Ivan Lima. 

     Hoje é comemorado o Dia do Cardiologista e Dia de Combate à Poluição.

Uma boa notícia que deu no Jornal A Tarde, de 14 de agosto de 2014, 5ª. feira: “Imposto – Tribunal nega liminar contra aumento do IPTU de Salvador”. A decisão do pleno do Tribunal de Justiça mantém os índices de reajuste do imposto definidos pela prefeitura.


Uma notícia ruim que deu no Jornal A Tarde, de 14 de agosto de 2014, 5ª. feira: “Capital – Operação prende duas suspeitas de fraudes na Educação”. Fraude teria desviado verba destinada à educação pública.


Li no Jornal A Tarde, de 14 de agosto de 2014, 5ª. feira, que trouxe a seguinte manchete: “Eleições – País perde Eduardo Campos”. Acidente de avião mata, aos 49 anos, candidato à presidência e nome promissor da política nacional.
 Capa do Jornal A TARDE

            Li no site do SRZD, de 14 de agosto de 2014, 5ª. feira, que trouxe a seguinte manchete: Luiz Antônio nega envolvimento com milícia. O jogador Luiz Antônio afirmou que a acusação de envolvimento com a milícia não é verdadeira. Ao prestar depoimento na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), o jogador do Flamengo negou qualquer tipo de relação com um dos chefes de uma quadrilha miliciana da Zona Oeste do Rio (Redação SRZD). Leiam esta reportagem, acessando o link:

http://www.sidneyrezende.com/noticia/235285+luiz+antonio+nega+envolvimento+com+milicia

          Luiz Antônio comemora gol pelo Flamengo. Foto: Alexandre Vidal/FlaImagem


          Até amanhã meus fiéis seguidores.


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