segunda-feira, 16 de setembro de 2013

15 de setembro de 2013 (domingo)

           Saímos relativamente cedo para almoçar. Fomos ao Restaurante Marinata, no Stiep. Eu e Joana tomamos água de coco e Thiago tomou Brahma. Comemos como entrada Pane d’aglio (Pão de alho). Como prato principal Alia Cebolata (Fillet mignon grelhado ao molho acebolado), com arroz de brócolis e purê de batatas, como acompanhamento. Depois voltamos para casa. Thiago encomendou uma pizza e à noite nós a comemos.
                 Abaixo vou transcrever um capítulo do livro A maior história de todos os tempos: a própria vida”
     

                
O MUNDO...
Escrita, inicialmente, aos 15 anos de idade,
Desenvolvida em 1960.
Concluída  em 1976.
           
Ficava por trás das portas envolta numa auréola impenetrável. De resmungos e reclamações de minha mãe ficavam aquém daquele mundo. As guerras de que tanto falavam também ficavam muito além de minha imaginação.

- Menina, onde você está?Já está atrás das portas? Que menina enjoada, não gosta de nada...

E ela, a minha mãe, continuava arengando, falando, contando para todos, os meus estranhos hábitos. E eu me perdia em meus pensamentos. Era muito pequena e frágil para sair de minha concha. O mundo só me chegava pelo “ouvir dizer” das pessoas. E não eram muitas pessoas. Rádio, televisão, discos, telefone... nunca ouvira falar nessas coisas. Avião, sim. Eu até queria “plantar” um! Pensava que nascesse de sementinhas, como tudo na minha casa. Até os filhotes da gambazinha vinham de sementinhas plantadas lá no fundo de sua “barriga”. O meu mundo era pequeno demais. Estava restrito ao quintal, às minhas árvores, à terra vermelha, à minha casa.

– Fui criança pobre de pós-guerra. Lá na minha cidade, que eu não conhecia, o meu mundo era observar as formiguinhas entrando e saindo, carregando e despejando. Tão bonitinhas... Nem revistas eu tinha para, pelo menos, ver as figuras. Às vezes papai comprava “O Cruzeiro”.

Detrás das portas onde eu inventava histórias de soldados, de aviões, de filhos, de irmãos, de pais, mães, avós, plantas, cavalos e formigas, ampliei os meus horizontes. Criei com garrafas, gravetos, pedras e tábuas e a mangueira de manga-espada, um mundo novo de histórias. Tão perdida e comprometida ficava que começava a falar alto. Tinha o Dr. Guido, uma garrafa verde, comprida. Tinha os bichos... que eram as pedras. Tinha, também o Fred. Alguns gravetos se transformavam em cavalos e os menores em cachorrinhos. Até folhas se transformavam num mundo colorido até que os aviões “nascessem” e começassem a fazer aquele barulhão engraçado.

Debaixo da mangueira eu não “criava” porquinhos porque isto me entristecia. Até hoje ainda dói lá dentro de mim os gritos (berros) dos porcos, da facada que papai dava neles. No meu mundo eu cultivava margaridas tão bonitas como ninguém nunca viu. As rosas eram todas iguais às de Nossa Senhora. Aquela do manto azul. Eu não podia ter flores no meu quintal. Papai não gostava. Arrancava todas que eu plantava. Eu chorava. É por isso que no meu mundo, elas perdiam de vista. Iam até o céu, até por detrás do rio, até muito longe. Naquelas lonjuras que ninguém chega. Além do limite.

Haviam lírios imaculados. Amarelos, brancos e azuis.

Um dia, papai vendeu o Dr. Guido e o Fred (eram garrafas) e todos os outros “seres” (outras garrafas) do meu mundo. Assim ele ficou destruído. Mas eu ficava debaixo da mangueira, inventando outras histórias com os gravetos. Para mim, os gravetos eram seres vivos. Eu não tinha irmãos àquela época (Aliás, tinha um). E meu único irmão (vieram outros depois) brincava com as histórias, estórias. Eu falava sozinha. Deveria ter três para quatro anos. Ele só me ajudou a “plantar” os aviões. Eles eram muito bonitos lá no céu. Os pássaros por certo tinham muito medo de que os aviões “nascessem”. E eles ficavam nos vigiando...

– Fiz sete anos e fui para a escola no Sindicato dos Operários. Meu mundo ampliou-se. E o Álvaro, o menino da Cartilha da Infância, foi o meu novo herói dos outros mundos que fui criando pelo mundo afora. Aprendi a ler muito depressa. Eu e meu irmão devorávamos tudo que se punha a nossa frente. Quando nos sentíamos sozinhos, bisbilhotávamos por todas as gavetas, por todos os lados. Líamos coisas proibidas, alegres ou tristes. Mas proibidas. O Sesinho. O Tesouro da Juventude. Livros. Revistas e jornais. Certa vez o meu irmão levou uma surra muito grande porque chegara tarde a casa. Estava no Jardim (a única praça da cidade) lendo restos de um jornal que achara no chão.

E do meio do mato, do meio do interior, fomos buscar horizontes mais amplos. E não paramos de ler. E aprendemos a conhecer outros idiomas. Aprendemos latim para aprender português. Meu irmão recitava inteiras as Catilinas de Cícero, em latim. Ele aprendeu grego clássico. Eu não aprendi. Mas lia em francês. Pelas leituras o meu mundo por detrás das portas passou para o Coliseu de Paris, o Louvre, os Campos Elíseos, o Palácio de Versailles, o Arco do Triunfo e a Torre Eiffel. Comecei a me corresponder com uma garota francesa. Pelas leituras amei Brasília e ganhei um prêmio quando escrevi dez páginas sobre uma cidade que nunca vira, mas sentira com os olhos, com os conhecimentos, com as leituras. E foi lendo e aprendendo que as oportunidades foram chegando.   

De feirante e agricultora humilde me vi, um dia, homenageada como a primeira jornalista feminina de meu Estado. Andei de avião. Fui receber as homenagens em outra cidade, Corumbá, foi emocionante e tão diferente do que sempre tivera imaginado nos meus dias de menina pura e ingênua.

Foi uma beleza diferente.

Meu irmão aprendeu inglês e alemão. Foi morar em Frankfurt na Alemanha. Conheceu a Europa inteira. Recebeu um banho de tradição e cultura milenares. Se não fosse a instrução, os meus pais, a primeira cartilha, não teríamos galgado os postos que hoje assumimos.

Estamos em 1973.

O ensino de 30 anos atrás era diferente. Mas a criança um dia tem que aprender. E tenha a idade que tivermos, tornamo-nos crianças no dia em que fazemos a primeira letra. O meu aeiou era tão grande... O meu “a” era tão forte, grande e desajeitado que hoje, quando vejo alguém fazendo uma letra com dificuldade, aprendendo... acho lindo, forte, bom e emocionante. É o primeiro passo. Depois, por certo, seguirão outros.

O meu mundo cresceu tanto, além da minha imaginação. Naquele mundo de pós-guerra (década de 50) nos confins do fim do mundo, não conheci boneca. Só  13 anos. Minha avó paterna e uma das minhas tias faziam “bruxas” e “calungas” de trapo. Eu exultava de alegria. Para meu irmão ela fazia carrinhos e carruagens com carretéis e latas velhas. Ríamos, gritávamos e participávamos da criação de bens materiais para o nosso mundo de fantasia. A avó materna arrumava a mesa, com pratos e talheres. Coisa que nunca havia visto em nenhum outro lugar antes de completar 17 anos. Achava aquilo um sonho, um conto de fadas porque, para o meu mundo, qualquer coisa era bonito. Quem viu papai passar a carroça sobre o meu gatinho amarelo, só porque não gostava dele, um pé de alface brotando, era uma alegria de viver. Quem viu a surra que papai deu no Bichano Malhado só porque ele comeu um passarinho, qualquer gesto de bondade tem a chama de um grande amor. Bichano Malhado ficou quase aleijado. Aquilo, Bichano Malhado não podia entender. Nem eu. Gato nasceu para caçar (nos anos 40/50 era assim). Era instinto. Quem viu Tesouro, aquele cavalo de corrida, levar um mês de pancadas e morrer quebrado assim, à míngua, qualquer gesto de carinho, qualquer nada de amor, é tudo. O maior ato de amor que papai nos legou: foi a oportunidade de estudar, de aprender a ler. Teve outro gesto de amor, quando pediu para ficar com a Índia que eu havia pintado porque eu iria partir. Aquele quadro foi um pouco de mim. E só foi possível porque ganhei cultura diferente daquela que eu estava fadada a me criar. Uma voz de dentro de mim parece falar:

 – Menina, se você não tivesse aprendido nos livros, por certo você estaria lá, tão pobre e ignorante, de pés no chão, apanhando e batendo, esbravejando e enrijecendo, adoecendo e morrendo.

Não tenho aquele quintal, mas tenho o mundo todo. Minhas duas avós já não mais existem. Mas para o meu filho, eu não posso fazer aqueles carrinhos tão bonitinhos de carretéis, latas e palitos. Porém, compro sofisticados carros elétricos, à pilha e à corda, postos de gasolina, bonecos como Adam. E compro livros mais bonitos que os meus e conto as histórias do Vovô Felício, aquele da Revista Sesinho
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O mundo... muitos mundos que podemos criar, cultivar, modificar. Se isso não fizermos para que serviu nossa passagem por aqui? O primeiro passo é ter amor. E o primeiro ato concreto é ler para abrir horizontes. Deixar entrar um pouco da dor do mundo, para a gente poder amenizá-la. Isto é a vida. O mundo...

                 A frase do dia: “A empresa é como uma microcomunidade onde as pessoas encontram espaço para fazer o que desejam. Nesse contexto, gerir empresas se assemelha às experiências como amor, amizade e fé religiosa” (FONSECA, Eduardo Giannetti da apud Você S.A, de julho de 2004. Pág. 52).

               Este espaço que as pessos encontram e para faxer o que desejam dentro de cedrtos limites. Dizem, até, que uma empresa é um lar; outros,que é uma esposa. Geri-la tem que ser com uma dose de amor com forte pulso para que não desmorone. Há que haver amizade entre os seus componentes, senão fica inviável o convívio e que que hevar muita fé para levá-la a bom termo. Toda microcomunidade tem que ter respeito recíproco

 15 de setembro de 1821, a Guatemala, a Cosa Rica, a Nicarágua, El Salvador e Honduras declararam a independência da Espanha. Em 15 de setembro de 1928, o cientista Alexandre Fleming anunciou a descoberta da penicilina. Em 15 de setembro de 1765, nasceu o poeta português Bocage. Em 15 de setembro de 1938, nasceu a escritora brasileira Lya Luft. Em 15 de setembro de 1995, morreu o humorista Lírio Mário da Costa, o Costinha. Em 15 de setembro de 2004, morreu o guitarrista Johnny Ramone. Hoje é comemorado o Dia do Idoso Japonês e Início do Yom Kippur.

             Uma boa notícia que deu no jornal A Tarde, de 15 de setembro de 2013, domingo:Saúde – Mutirão gratuito fará testes para diagnosticar mal de Alzheimer”. Atendimento gratuito será realizado por profissionais no próximo dia 20.

Uma notícia ruim que deu no jornal A Tarde, de 15 de setembro de 2013, domingo: “Ciência & Vida – Grandes questões científicas ainda aguardam por respostas”. Questões que a ciência aind não respondeu: Qual a composição do universo? O que é a consciência? O que fez a vida começar? De que são feitos os sonhos? Há outros universos? E muito mais...

Li no Jornal A Tarde, de 15 de setembro de 2013, domingo, que trouxe a seguinte manchete: “Notáveis escolhem o maior baiano de todos os tempos”. Em mais de 500 anos de história, a Bahia produziu nomes que ajudaram a definir o Brasil em áreas divrdas como política, educação, cultura, religiosidadade. Mas Ruy Barbosa é o maior baiano de todos os tempos é o político e jurista Ruy Barbosa.
                                  
Fiz palavras cruzadas e sudoku.

Li a Revista Muito, datada de 15 de setembro de 2013, domingo que trouxe como matéria de capa: “Clube da Luta”. Terra de origem de lendas vivas do MMA, a Bahia é um celeiro de lutadores da categoria.

Até amanhã meus fiéis seguidores!          
                                 



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