quarta-feira, 2 de outubro de 2013

01 de outubro de 2013 (3a. feira)

        Hoje acordei bem menos tonta. Até consegui ir comprar pão à tarde. Acho que é por causa dessa tontura que estou tendo esses  sonhos de queda. Não é que sonhei caindo de novo? Sonhei que, ao sair do elevador, no 1º. andar levei uma queda feia. Uma vizinha veio me socorrer. Ah! Teve outro assunto que me chateou bastante. Meu computador está muito ruim. Resolvi comprar um novo. Encontrei um que me agradou e que não estava tão caro. Custava R$ 1 149,00 se fosse pago à vista. O vendedor da RICARDO ELETRO, no Salvador Shopping, pediu o meu CPF. Ao fornecer o CPF, apareceu na tela do computador o meu cadastro, mas o vendedor não pode concluir a venda porque tenho 70 anos! O programa não aceitava o registro da compra. Que discriminação! Só consegui comprar o computador em nome de minha filha. Continuo achando isso o absurdo dos absurdos! Ser idoso é pecado? Eu não pedi financiamento: eu estava pagando à vista. Eles não querem vender, só pode. Em maio deste ano – quando eu ainda não tinha 70 anos – para poder vender meus terrenos em Maricá/RJ fui obrigada a pedir a meus filhos que dessem uma declaração, passada em Cartório, me “autorizando” a vender os  terrenos! Será que todo idoso é inválido, imbecil? Isso tem que mudar.

Abaixo vou transcrever mais um capítulo do livro: “ A maior história de todos os tempos: a própria vida” . Tesouro foi escrito em 1966:

TESOURO

                Tesouro era um elegante cavalo branco, de corrida, passos charmosos, cabeça erguida, encantador.

         No início de sua carreira ele foi um animal de corrida, mas quando ficou velho serviu de transporte tanto de montaria quanto de carroça. Foi aí que meu pai o adquiriu por uma bagatela.

         Tesouro trabalhou muito. Meus irmãos iam catar graveto e lenha nos arredores da chácara e quem ia? Tesouro. Meu pai precisava, às vezes, de ir a algum lugar, lá ia ele servindo de animal de montaria. Saía todos os dias puxando uma carroça ou a charrete de meu pai. Iam vender e fazer entregas de frutas (goiaba, tamarindo, jaca e abacaxi).

         Enquanto ele foi bom para trabalhar, tudo bem. Acontece que um dia ele desobedeceu aos comandos de meu pai. Talvez por ser velho demais, estava com o cansaço próprio da idade ou até de ele ter vindo de outra estirpe, ter sido no passado um cavalo aristocrático, de corrida e não quisesse mais ser escravo. Aí começou o seu calvário.

         Fica até difícil eu escrever sobre o sofrimento desse animal. Meu pai começou pondo fogo em suas ventas, até começar a queimar.  Amarrava o cavalo de um modo que ele não pudesse se livrar da tortura. Depois de urrar, tentar espernear, retorcer o pescoço, as lágrimas caíam de seus grandes olhos. E meu pai soltava gargalhadas ao ver o animal se estrebuchar de dor.

         De outra feita, ele começou a dar surra no cavalo com uma dessas tacas próprias para amansar touro bravo. Dava tacadas, com toda força que um homem de trinta e poucos anos tinha, na cara do cavalo, principalmente na região dos olhos, tendo o cavalo ficado cego. E meu pai, dizia, mais ou menos assim: “Aprenda a não me desobedecer. Quem não seguir as minhas ordens tem que sofrer”.

         Mas surra com a taca estava muito pouco.  Meu pai pegou um tronco e batia com toda força, até se cansar, no meio da fronte e entre as fuças de Tesouro. Ele ficava todo ensanguentado. Meu pai “tratava” os ferimentos com salmoura (com bastante sal para doer bastante). Quando ele melhorava continuava as seções de tortura por dias e semanas.

         Tesouro já sem forças ficava parado, pensativo, olhar distante e triste. Como um rei altivo e imponente, Tesouro não morria. Meu pai resolveu deixá-lo sem ração e começou a dar pauladas em suas pernas para que ele deixasse de andar.

         Cego, de patas quebradas, com a cara toda rebentada ele definhava, vindo a morrer à míngua numa linda tarde de sol.

A frase do dia: “Quanto mais um homem escreve, mais ele sabe escrever”(HAZUIT, William, escritor inglês apud Jornal A Tarde, 01 de outubro de 2013, 3ª. feira).

01 de outubro de 1908, Henry Ford lançou o primeiro carro popular da história, o Ford T. Em 01 de outubro de 1977, foi criado o estado de Mato Grosso do Sul. Em 01 de outubro de 1913, nasceu o precursor da arte do jiu-jitsu no Brasil Hélio Gracie. Em 01 de outubro 1924, nasceu o ex-presidente americano Jimmy Carter. Em 01 de outubro 1990, morreu o poeta brasileiro Carlos Alberto da Costa Nunes. Em 01 de outubro de 1997, morreu o desenhista e pintor argentino naturalizado brasileiro Héctor Júlio Páride Bernabó. Hoje é comemorado o Dia de Santa Teresinha, Dia do Idoso (lei n° 11.433 de 28 de dezembro de 2006) e Dia do Vendedor.

Uma notícia ruim que deu no jornal A Tarde, de 01 de outubro de 2013, 3a. feira: “Idosos reclamam da falta de políticas públicas e de assistência familiar”. Hoje, quando se comemora o Dia do Idoso e o 10º. ano do estatuto que regula os direitos de pessoas com mais de 60 anos, ainda não há tantos motivos para celebrar. Direitos básicos, estabelecidos em lei, como dignidade, convivência familiar e comunitária ainda são desrespeitados e o Estado carece de políticas públicas.

Li no Jornal A Tarde, de 01 de outubro de 2013, 3ª. feira, que trouxe a seguinte manchete: “Habitação – Novo teto para compra de imóveis é de R$ 650 mil”. Novos tetos, que valem a partir de hoje, foram decididos pelo Conselho Monetário Nacional, atendendo a uma reivindicação de construtoras há mais de dois anos.

Fiz palavras cruzadas e sudoku.

Li a Revista Super Interessante, de outubro de 2013, 3ª. feira, que trouxe a seguinte manchete na capa: “O poder dos tímidos”. Eles já foram malvistos, mas agora a ciência revela que são mais criativos, focalizados e bons líderes. Chegou a vez dos introvertidos darem lições aos extrovertidos(Silêncio, por favor.).
                    
Até amanhã meus fiéis seguidores!
                      



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