Eu
queria ter ido à missa hoje, mas me distraí vendo o jogo da Colômbia e Costa do
Marfim. Às 13 horas, foi o jogo da Colômbia e Costa do Marfim, no Estádio Zé
Garrincha, em Brasília. Venceu a Colômbia por 3 a 2. Às 16 horas, foi o jogo do
Uruguai e Inglaterra, no Itaquerão, em São Paulo, com a vitória do Uruguai por
2 a 1. Às 19 horas, foi o jogo do Japão e Grécia, no Estádio das Dunas, em Natal.
Venceu a Colômbia por 3 a 2.
Fiz
palavras cruzadas e sudoku.
Abaixo,
o sexto capítulo do romance Denise. O
primeiro capítulo foi publicado no dia 15 de maio, o segundo em 22 de maio, o
terceiro capítulo em 29 de maio, o quarto, no dia 05 de junho. O quinto, em 12
de junho, o sexto hoje e o sétimo capítulo do romance
será publicado no dia 26 de junho:
DENISE
(continuação)
VI
A
cela em que Sérgio foi jogado, na Delegacia, era relativamente grande, mas não
tão grande para caber todos que ali chegavam. Tinha capacidade para 4 suspeitos,
mas tinham 16. O ar era irrespirável: fedia! Fedia a urina, fezes e insetos
vivos e mortos. Até então ele não sabia onde ficava a latrina. Era um buraco
onde os presos defecavam ou urinavam. Sem qualquer privacidade.
–
“Meu Deus! Aonde eu fui parar”.
Com
os dias passando, ele ficou sabendo que não havia um sanitário decente, porque não
podiam existir paredes para os presos não se esconderem durante a revista. Existe durante todos os dias uma contagem de
preso, porem durante a contagem são verificadas as condições da cela e dos
detentos. Não pode existir
um bloqueio à visão daqueles que fiscalizam, pois as paredes poderiam ser uma
forma de os detentos ocultarem objetos e outras coisas no sanitário.
“A condição humana dos presos é
desprezada. Seus direitos básicos estabelecidos constitucionalmente são
ignorados. São maltratados, desrespeitados em sua dignidade, o que caracteriza
violação direta dos Direitos Humanos” (Olívia Coêlho Bastos
Borges Sobrinho). Misturando
os presos primários com outros reincidentes e os que praticaram crimes leves
com presos de alta periculosidade, em celas superlotadas, nas quais os espaços
construídos para abrigar quatro abriga dezesseis e nas quais se encontram
doentes misturados com indivíduos sãos, todos mantidos na ociosidade e, sem as
mínimas condições de higiene, são submetidos a toda sorte de objeto, inclusive
o de satisfação sexual do mais forte.
As condições do cárcere na delegacia são insalubres
e contrariam o texto constitucional e os tratados internacionais, tendo em
vista que os presos encontram-se em celas superlotadas – como essa, fétidas,
sem condições de higiene, dividindo o espaço com presos de todo tipo, inclusive
com condições de tensão diferentes uns dos outros: uns mais exaltados,
descontrolados, enfurecidos, outros mais conformados, silenciosos, pensativos,
tristes...
Sérgio tinha a
impressão de que estava no centro de um grande anfiteatro, de forma circular, sendo
sempre vigiado por um observador (um policial, claro). Enquanto ele imaginava essa
cena horrível caía na real. Ele estava ali jogado às traças, abandonado, sem
nenhuma visita, sem ninguém para ele expressar essa tortura mental. O desprezo
é o pior dos sentimentos. Ele se sentia assim desprezado, abandonado. Se tiver
que ficar ali por muito tempo por certo é que ficará louco.
Ainda mais ele – logo ele – que era inocente!
Mas ele descobriu que cada um de seus companheiros de cela se dizia inocente. Ninguém
era culpado. Porém, ele tinha convicção, certeza, de que era realmente inocente. Como ele iria matar
Denise? Por que? Não havia motivo. Mesmo que houvesse ele seria incapaz de matá-la,
quanto mais ela estava impossibilitada de andar. E ele não tinha a chave da
casa dela. Quem matou era quem tinha a chave.
A superlotação da
cela era tamanha que eles tinham que fazer rodízio para deitar e dormir.
Enquanto uns ficavam sentados ou de pé, outros se deitavam. Como ele era
recentemente chegado, teve que ficar acordado. Mas ele nem pensava em se deitar
naquelas “camas”, construídas com cimento ou concreto (sabe-se lá!). Eram
apenas duas “camas” que davam para quatro elementos. Elementos? “Agora eu sou elemento...
Em que buraco fui me meter, meu Deus!
”
A falta de higiene
era gritante, com aquela latrina no canto da cela, fétida, aberta (privada sem
paredes), lugar em que os suspeitos se alimentavam (muito mal), dormiam (mal,
também) e ficavam ... naquele sedentarismo. A lugubridade da prisão fazia com
que o suspeito que adentrou lá numa condição saudável, sairia de lá com sua
resistência física e saúde fragilizadas – assim pensava Sérgio. Todos sabem que
“cadeia não é colônia de férias”, mas daí ficar numa cela irrespirável (com
janelas gradeadas e vidros fixos martelados) que ventilação tinha? .
O arejamento da cela era feito por dois ralos respiradouros
existentes no teto da cela, sendo os buracos dos ralos de reduzidas dimensões,
dando estes ralos para o vão do telhado. O arejamento era feito ainda
por um postigo da porta de entrada da cela onde existem buracos que permitem a
entrada do ar. Que ar é esse para 16 detentos? Se fossem quatro, ainda
daria para se respirar um pouco. E os ratos, as aranhas, as formigas, as baratas
e as muriçocas (pernilongos)?
Segundo Jürgen “Uma das finalidades da cadeia é ser desagradável e eliminar toda a privacidade. Presos não têm nome, têm números. Ele ficaria nesse inferno até quando. Sua família sabia que ele ficara recluso? Se sabia não tinha a mínima ideia como ele ficara...
***
A frase do dia: “O passado jamais é inteiramente passado
” (BATAILLE, Henry, dramaturgo francês, apud Jornal A Tarde, de 19 de junho de 2014. Caderno 2. Pág. 2).
Em 19 de junho de 1867, Foram executados em
Santiago de Querétaro, seus generais Tomás
Mejía e Miguel Miramón,
por ordem de Benito Juárez.

Em 19 de junho de 1978, a tirinha de história em
quadrinhos Garfield foi publicada pela primeira vez.
Em 19 de junho de 1896, nasceu Wallis, Duquesa de Windsor.
Em 19 de junho de 1944, nasceu o músico, cantor, compositor,
teatrólogo e escritor brasileiro Chico Buarque.
Em 19 de junho de 2004,
morreu o escritor e etnólogo angolano Oscar Bento Ribas.
Em 19 de junho de 2009, morreu o ator brasileiro Perry
Salles.
Hoje é comemorado o Dia da
Imprensa e Dia Mundial da Criança.
Uma
boa notícia que deu no Jornal A
Tarde, de 19 de junho de 2014, 5ª. feira: “Economia – Pacote do governo
beneficia indústrias”. Presidente da FIEB diz que as medidas de Dilma são acertadas.
Uma
notícia ruim que deu no Jornal A
Tarde, de 19 de junho de 2014, 5ª. feira: “Fora de campo – Baianas inflacionam
o preço do acarajé”. Antes do
Mundial, iguaria típica custava entre R$ 5 e R$ 6 no Centro Histórico.
Refrigerante e outros artigos subiram de preço.
Li
no Jornal A Tarde, de 19 de junho de 2014, 5ª. feira, que
trouxe a seguinte manchete: “Copa
– Touro manso”. O
Chile amansa a Seleção Espanhola, atual campoeão mundial. Ao vencer por 2 a 0,
faz os europeus terem o seu Maracanazo.

Li no site do SRZD, de 19
de junho de 2014, domingo, que trouxe a seguinte manchete: “Miro Teixeira retira pré-candidatura
ao governo do Rio. O deputado Miro Teixeira retirou
sua pré-candidatura ao governo do Estado do Rio de Janeiro. O anúncio foi feito
por carta na manhã desta quinta-feira”
(Redação SRZD). Leiam
esta reportagem, acessando o link:
http://www.sidneyrezende.com/noticia/231360+miro+teixeira+retira+pre+candidatura+ao+governo+do+rio

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